Os conquistadores - David McKee
Era uma vez um vasto país governado por um General.
Os habitantes acreditavam que o seu modo de vida era o melhor.
Tinham um exército muito forte e dispunham de canhões.
De tempos a tempos, o General reunia o exército e atacava um país vizinho.
“É para o bem deles,”dizia. “Para que possam ser como nós.”
Os outros países resistiam, mas acabavam sempre por ser conquistados.
Com o tempo, o General acabou por dominar todos os países. Todos, excepto um…
Tratava-se de um país tão pequeno que o General nunca se tinha dado ao incómodo de o invadir. Só que agora era o único que restava. Assim, o General e o seu exército puseram-se a caminho.
O pequeno país surpreendeu o General.
Não tinha exército nem ofereceu resistência.
As pessoas saudaram os soldados invasores como se fossem convidados bem-vindos.
O General instalou-se na casa mais confortável do país e os soldados ficaram em casa dos habitantes.
Todas as manhãs, o General levava os soldados para a parada e, depois, escrevia cartas à mulher e ao filho.
Os soldados falavam com as pessoas, jogavam com elas, escutavam as suas histórias, cantavam as suas canções e riam-se das suas piadas.
A comida era diferente da deles.
Viam-na a ser preparada e depois comiam-na. Era deliciosa.
Como não tinham mais nada que fazer, ajudavam as pessoas no seu trabalho.
Quando o General se apercebeu do que se estava a passar, ficou furioso.
Mandou os soldados para casa e substituiu-os por outros.
Mas os novos soldados comportaram-se como os outros o tinham feito.
O General percebeu que não precisava de um grande exército.
Decidiu regressar a casa e deixar apenas alguns soldados a ocupar o país.
Logo que o General partiu, os soldados penduraram os uniformes e juntaram-se à população nas tarefas do quotidiano.
O General regressou triunfante a casa, com os soldados a cantarem, como era hábito:
Somos os conquistadores.
Somos os conquistadores.
O General estava contente por ter regressado, embora sentisse que algo mudara.
Os cozinhados cheiravam aos cozinhados do pequeno país.
As pessoas jogavam os jogos do pequeno país.
Até algumas roupas eram iguais às roupas do pequeno país.
Sorriu e pensou: “Ah! Os despojos da guerra.”
Nessa noite, quando foi deitar o filho, o menino pediu-lhe que cantasse para ele.
O General cantou-lhe as únicas canções de que se lembrava.
Eram as canções do pequeno país.
O pequeno país que ele conquistara.
Os habitantes acreditavam que o seu modo de vida era o melhor.
Tinham um exército muito forte e dispunham de canhões.
De tempos a tempos, o General reunia o exército e atacava um país vizinho.
“É para o bem deles,”dizia. “Para que possam ser como nós.”
Os outros países resistiam, mas acabavam sempre por ser conquistados.
Com o tempo, o General acabou por dominar todos os países. Todos, excepto um…
Tratava-se de um país tão pequeno que o General nunca se tinha dado ao incómodo de o invadir. Só que agora era o único que restava. Assim, o General e o seu exército puseram-se a caminho.
O pequeno país surpreendeu o General.
Não tinha exército nem ofereceu resistência.
As pessoas saudaram os soldados invasores como se fossem convidados bem-vindos.
O General instalou-se na casa mais confortável do país e os soldados ficaram em casa dos habitantes.
Todas as manhãs, o General levava os soldados para a parada e, depois, escrevia cartas à mulher e ao filho.
Os soldados falavam com as pessoas, jogavam com elas, escutavam as suas histórias, cantavam as suas canções e riam-se das suas piadas.
A comida era diferente da deles.
Viam-na a ser preparada e depois comiam-na. Era deliciosa.
Como não tinham mais nada que fazer, ajudavam as pessoas no seu trabalho.
Quando o General se apercebeu do que se estava a passar, ficou furioso.
Mandou os soldados para casa e substituiu-os por outros.
Mas os novos soldados comportaram-se como os outros o tinham feito.
O General percebeu que não precisava de um grande exército.
Decidiu regressar a casa e deixar apenas alguns soldados a ocupar o país.
Logo que o General partiu, os soldados penduraram os uniformes e juntaram-se à população nas tarefas do quotidiano.
O General regressou triunfante a casa, com os soldados a cantarem, como era hábito:
Somos os conquistadores.
Somos os conquistadores.
O General estava contente por ter regressado, embora sentisse que algo mudara.
Os cozinhados cheiravam aos cozinhados do pequeno país.
As pessoas jogavam os jogos do pequeno país.
Até algumas roupas eram iguais às roupas do pequeno país.
Sorriu e pensou: “Ah! Os despojos da guerra.”
Nessa noite, quando foi deitar o filho, o menino pediu-lhe que cantasse para ele.
O General cantou-lhe as únicas canções de que se lembrava.
Eram as canções do pequeno país.
O pequeno país que ele conquistara.
David McKee
The Conquerors
London, Anderson Press, 2004
tradução e adaptação
Texto retirado com autorização do blogue Violência, que futuro para a humanidade?